domingo, dezembro 11, 2005

Cuidados de Saúde Primários - Que Futuro?

Estou a uma semana de terminar o meu segundo Ensino Clínico em Unidades de Saúde que prestam Cuidados Primários, ou seja, os Centro de Saúde. Sendo que o primeiro Ensino remonta ao primeiro ano e que já consegui chegar ao quarto ano. Poder-se-à pensar que muita coisa mudou, neste panorama, principalmente sendo a área da Saúde vasta e em constante actualização. Porém, nada ou quase nada mudou em termos práticos, porque na teoria é lei após lei, que lá muda toda a organização e de vez em quando cria uns não sei quantos tachos (mas acerca dos tachos, falarei noutro dia que não hoje)!


A escolha do título não foi inocente, pois é esta a pergunta que gostava que o ministro da Saúde de Portugal respondesse. Mas que o respondesse sem demagogia, ou seja, sem enrolar. Gostava que me dissesse claramente qual é o objectivo que tem para os Centros de Saúde e o porquê dos cortes sucessivos de financiamento que têm existido. Todavia, sei que do ministro nada vou ouvir, primeiro porque sou um zé ninguém, vulgo membro do povo e como tal, quem no palanque está sentado não quer ouvir ou pouco quer saber da opinião daqueles que estão no terreno e que avaliam todos os dias o que de mal vai no sistema de saúde em Portugal.


Mas não, em Portugal quando se fala em Saúde, fala-se em Hospital, em máquinas e em tecnologia. Fala-se em milhões que se gastam em medicamentos... Porquê? Porque não investimos em Cuidados de Saúde Primários, não ensinamos a população a ser consciente sobre si mesma e a procurar comportamentos de saúde? Não será isso mais vantajoso? Ou será que o que é importante é ter a sala de operações com muitos doentes a serem atendidos?


Amigos, saúde não é doença e no nosso cantinho à beira mar plantado é fulcral que se deixe de pensar que é aumentando o poder dos hospitais que a saúde neste país vai evoluir e se vai gastar menos nesta.


É urgente apostar em programas de acção virados para a população e não em acções de formação nas escolas que são iguais de escola para escola, sem ter em conta que a população que nela habita é diferente. Temos de deixar de recorrer ao fácil e que aparenta ser menos custoso.


O fácil, nos dias de hoje, é o principal responsável pela inércia de todos nós e também pelo estado das coisas no nosso país.


Mais Acção, Mais Promoção.

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